04/11/10

Intervenção na A. Municipal sobre a Derrama.

Ex.mo. Srs.

Na sequência das várias intervenções que temos vindo a fazer e que ainda no último P.A.O.D. o voltámos a fazer, o CDS não se cansa e chamar a atenção para os problemas económicos e financeiros deste município.

Voltamos a avisar: se uma pessoa, uma família, uma empresa e até um país, como recentemente assistimos, vai à falência, a um Município poderá acontecer o mesmo.

Sempre ouvi dizer, desde pequenino, e muitos de vós por certo também:

“Quem não tem dinheiro, não tem vícios”

Já me vão faltando expressões e ditados populares para ilustrar a situação, mas de facto, quando olhamos para Odivelas ficamos com a ideia que foram comprados alguns Ferraris e que agora, poderemos não ter dinheiro para os pagar. Como também poderemos não o ter, para fazer face aos custos de manutenção e inclusivamente para pagar a gasolina, a qual como sabem é essencial para a sua locomoção.

Pelo que acima expus, urge encontrar uma solução para este problema, o qual muitos dizem ser um círculo vicioso, mas que nós no CDS-PP acreditamos que é possível resolver.

A resolução desse problema, para além de passar pela elaboração de um plano financeiro rigoroso, pelo aumento e melhoria de produtividade do município, passa também pela definição de uma estratégia para o desenvolvimento económico.

Sabemos que não há, ou se há, muitos poucos a conhecem.Não foi desenhada e estruturada no mandato anterior e também não está a ser feito neste mandato. Não só porque não há vontade, como por ventura, também não há conhecimento.

Se não quiseram estudar um projecto que foi entregue de bandeja para a Revitalização e Dinamização do Comércio Local; se estão há quase um ano para dar elementos à Comissão sobre a caracterização do tecido económico do concelho, …. tudo é legitimo pensar, sobre o que pensa, ou nem sequer pensa este executivo, no que diz respeito ao desenvolvimento económico do concelho.

Mas há questões que são de senso comum, ou de bom-senso comum penso eu, as quais independentemente de qualquer estratégia todos, desde a ponta direita à ponta esquerda, as vê com bons olhos, pergunto:

1 - Alguém entende que este Concelho não quer empresas com uma forte responsabilidade social, tanto para quem nelas trabalha, como para com a sociedade em geral?

2 - Alguém entende que este concelho não deve ter empresas amigas no ambiente, que se preocupem entre outras coisas com o lixo que produzem e o local onde o largam?

3 - Alguém entende que este concelho não deva ter empresas que tenham o cuidado, em incluir nos seus quadros, pessoas com deficiências?

4 - Alguém entende que Odivelas, independentemente de serem novas ou velhas, de estarem aqui instaladas, há muito ou há pouco tempo, não precisa de ter empresas que criem mais postos de trabalho?

5 - Alguém entende que muitas das lojas que caracterizam o nosso comércio não precisam de se renovadas e de modernizadas?

Portanto, meus caros, todos entendemos, que ter empresas com este tipo de preocupações é algo de muito positivo, a todos os níveis, para o Concelho de Odivelas.

Porque sabemos das dificuldades financeiras de Odivelas, não fazemos a hipocrisia de pedir a isenção de Derrama para tudo e para todos, que é aquilo que defendemos e como alguns Concelhos o fazem.

O que pedimos é que se comece a traçar um rumo, que haja uma diferenciação e que esse caminho comece por aqui.

Lembro que há um ano fizemos uma proposta semelhante a esta, e que por isso mesmo, porque o executivo teve tempo para a estudar, não recomendamos o seu estudo (se quiserem podem e devem faze-lo).

Recomendamos que tomemos a decisão de isentar do pagamento de Derrama, as empresas sediadas no Concelho, que cumpram uma das alíneas constantes na proposta que vos será entregue.

Termino, chamando a vossa atenção para o facto, de termos em perspectiva dois anos (no mínimo), que serão economicamente terríveis.

Urge por isso encontrar soluções para os problemas já existentes e para os futuros. Temos que deixar de jogar por impulso, por reflexo ou por reacção e passar a jogar na antecipação.

O argumento que esta proposta não está valorizada e que é difícil de a avaliar nestes termos também não serve. A economia e os agentes económicos do Concelho não podem ficar prejudicados pela inércia deste Município ao estar quase um ano para nos fornecer os elementos capazes de a valorizar.

1 comentário:

Maria Máxima Vaz disse...

Eu sugiro outro ensinamento popular que também se aplica neste caso:
"mais vale burro que nos leve do que cavalo que nos derrube".
É que, "quem compra sem poder, vende sem querer" e pela certa, acaba por "dar com os burros na água".
Por agora estes bastam, mas poderão sair muitos mais.